domingo, 28 de dezembro de 2025
PESQUISA MOSTRA PETISTAS DE DIREITA E BOLSONARISTAS DE ESQUERDA
SILÊNCIO ESTRATÉGICO: CLÃ BOLSONARO EVITA COMENTAR PRISÃO DE SILVINEI VASQUES NO PARAGUAI
Até o início da noite desta sexta-feira, nenhum dos filhos de Jair Bolsonaro havia se manifestado publicamente sobre a prisão. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) optaram por ignorar o assunto em suas redes sociais, adotando uma postura que aliados interpretam como cautela diante da gravidade do caso e de seus possíveis desdobramentos jurídicos e políticos.
Pré-candidato à Presidência da República, Flávio Bolsonaro preferiu direcionar sua comunicação para temas eleitorais e institucionais. Em suas redes, destacou o resultado de uma pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, divulgada no mesmo dia, que aponta empate técnico entre ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um eventual segundo turno das eleições de outubro. A estratégia foi vista por observadores como uma tentativa de manter o foco na construção de sua imagem nacional e evitar associação direta com um aliado investigado por supostos atos ilegais.
Além do cenário eleitoral, o senador também comentou o relatório da Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que aborda a situação da liberdade de expressão no Brasil. Flávio ressaltou trechos do documento que, segundo ele, reforçam críticas a decisões do Judiciário brasileiro, tema recorrente no discurso bolsonarista e considerado mais seguro politicamente do que se posicionar sobre a prisão de Silvinei.
Carlos Bolsonaro, por sua vez, que se prepara para disputar uma vaga no Senado por Santa Catarina, concentrou suas publicações exclusivamente em informações sobre o estado de saúde do pai. Jair Bolsonaro segue em recuperação após uma cirurgia para correção de duas hérnias inguinais, e Carlos tem utilizado suas redes para divulgar boletins e mensagens de apoio, evitando qualquer menção ao episódio envolvendo o ex-diretor da PRF.
Já Eduardo Bolsonaro, atualmente vivendo nos Estados Unidos e frequentemente descrito por adversários como “autoexilado”, manteve silêncio completo nesta sexta-feira. Nenhuma postagem foi feita em seu perfil no X (antigo Twitter). Na véspera, porém, ele havia agradecido publicamente ao presidente da Argentina, Javier Milei, por compartilhar uma postagem em defesa da candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência da República, gesto que reforça a articulação internacional do grupo bolsonarista, mas que também contrasta com a ausência de comentários sobre a prisão de um aliado histórico.
A postura adotada pelos filhos de Jair Bolsonaro evidencia um movimento coordenado de evitar desgaste político em um momento considerado sensível para o grupo. Silvinei Vasques ganhou notoriedade nacional durante as eleições de 2022, quando a atuação da PRF no dia do segundo turno foi duramente criticada e passou a ser investigada por suspeitas de interferência no processo eleitoral. Sua prisão fora do país reacende o debate sobre possíveis responsabilidades políticas e institucionais.
Enquanto isso, o silêncio do clã Bolsonaro segue sendo interpretado como um cálculo político: preservar projetos eleitorais, evitar novas crises de imagem e aguardar o desenrolar dos fatos antes de qualquer posicionamento público. Nos bastidores, a expectativa é que a estratégia se mantenha ao menos até que haja maior clareza sobre os rumos do caso e suas consequências no cenário político nacional.
ZAMBELLI É AGREDIDA EM PRESÍDIO NA ITÁLIA E DEFESA CONSEGUE TROCA DE CELA APÓS EPISÓDIOS DE VIOLÊNCIA
Segundo informações da defesa, Zambelli ocupava inicialmente uma cela localizada no andar térreo do presídio. Nesse período, ela teria comunicado à administração penitenciária os ataques sofridos, sem que providências efetivas fossem adotadas. O advogado Fábio Pagnozzi afirma que as queixas não resultaram em medidas imediatas por parte da unidade prisional, o que levou a defesa a formalizar um pedido de mudança de local para preservar a integridade física da cliente.
Ainda de acordo com o advogado, a justificativa apresentada pela administração do presídio foi a alta rotatividade de internas, o que, na avaliação da defesa, contribuiu para o ambiente de instabilidade e para a repetição das agressões. Diante do cenário, a transferência acabou sendo autorizada, e Zambelli foi realocada para uma cela em um andar superior da penitenciária, considerada mais segura.
Carla Zambelli está sob custódia da Justiça italiana enquanto o Judiciário brasileiro avança nos trâmites para sua extradição. Ela foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), caso que teve ampla repercussão política e jurídica no Brasil.
A situação da ex-deputada se agravou após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que determinou a cassação de seu mandato. Antes da conclusão do processo, Zambelli optou por renunciar ao cargo de deputada federal, encerrando oficialmente sua passagem pelo Congresso Nacional em meio a uma das maiores crises de sua trajetória política.
Enquanto aguarda os desdobramentos do pedido de extradição, a defesa segue monitorando as condições de custódia da ex-parlamentar na Itália, sustentando que a transferência de cela foi uma medida necessária diante da omissão inicial do presídio frente às denúncias de agressão.
ARTICULAÇÃO POLÍTICA GARANTE MÁQUINAS PESADAS PARA REFORÇAR INFRAESTRUTURA DO PAULISTA A PARTIR DE 2026
O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira (27), durante um encontro que reuniu o presidente da Câmara Municipal, vereador Eudes Farias, o deputado federal Waldemar Oliveira e o prefeito Severino Ramos. A reunião consolidou o compromisso de investimentos que vão impactar diretamente o dia a dia da população, especialmente nas áreas que mais demandam ações de manutenção e recuperação.
Segundo Eudes Farias, a chegada das máquinas representa um avanço concreto para o município, permitindo mais agilidade em serviços como recuperação de estradas, drenagem, terraplenagem e manutenção de vias urbanas e rurais. O vereador destacou que a iniciativa é fruto de diálogo constante e de uma parceria política focada em resultados práticos para a população.
Durante o encontro, também foi ressaltado o volume de recursos já destinados ao Paulista pelo deputado federal Waldemar Oliveira. Apenas em 2025, o parlamentar encaminhou mais de R$ 1 milhão para a área da saúde, contribuindo para o fortalecimento da rede municipal de atendimento e garantindo melhores condições de assistência à população.
Para o prefeito Severino Ramos, os novos equipamentos vão ampliar significativamente a capacidade operacional da gestão municipal. Ele afirmou que a prefeitura poderá atuar de forma mais eficiente em ações estruturantes, reduzindo custos, otimizando o tempo de execução das obras e atendendo com mais rapidez às demandas das comunidades.
A expectativa da administração municipal é que os investimentos anunciados tragam reflexos diretos na melhoria da qualidade de vida dos moradores do Paulista, reforçando tanto a infraestrutura quanto os serviços públicos essenciais. Com apoio político e recursos assegurados, o município projeta um novo ciclo de avanços a partir de 2026.
PM REVELA LOCALIDADE QUE REGISTROU MAIOR NÚMERO DE FUZIS APREENDIDOS EM 2025
PF CONSIDERA FORAGIDO PRESIDENTE DE INSTITUTO CONTRATADO PELO PL PARA AUDITAR URNAS
Rocha é um dos dez alvos da decisão assinada neste sábado (27), que determinou prisões domiciliares com uso de tornozeleira eletrônica, além da imposição de medidas restritivas. No entanto, ao chegar ao endereço informado, agentes da PF não encontraram o engenheiro, o que levou à sua imediata classificação como foragido.
Em nota, a defesa informou que foi comunicada ainda pela manhã sobre a existência do mandado. Segundo os advogados Melillo do Nascimento e Gladys Nascimento, ao tentarem contato com o cliente, Rocha afirmou que havia mudado de endereço, mas se recusou a informar o novo local de residência. Após isso, encerrou a ligação telefônica, o que inviabilizou qualquer tentativa de apresentação voluntária às autoridades.
Condenação e papel na trama golpista
Carlos Rocha foi condenado pela Primeira Turma do STF a sete anos e seis meses de prisão, em regime inicial semiaberto. Apesar de a sentença ainda não ter transitado em julgado e caber recurso, a Corte entendeu que havia risco concreto de fuga, o que motivou a adoção da prisão domiciliar como medida cautelar.
O engenheiro integrava o chamado “núcleo 4” da trama golpista, grupo que, de acordo com a Procuradoria-Geral da República, atuou na fabricação e disseminação de narrativas falsas contra o sistema eleitoral, instituições democráticas e autoridades públicas. Ao proferir o voto que embasou a condenação, o ministro Alexandre de Moraes destacou que a atuação do grupo tinha como finalidade desacreditar o resultado das eleições para tentar sustentar a permanência no poder de aliados políticos.
O Instituto Voto Legal, presidido por Rocha, ganhou projeção nacional ao ser contratado pelo Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, para realizar uma auditoria nas urnas eletrônicas utilizadas no pleito de 2022. O trabalho apresentado pelo instituto foi amplamente questionado e acabou sendo usado como base para ataques ao processo eleitoral, segundo apontaram as investigações.
Nova ofensiva do STF
Além do caso de Rocha, a Polícia Federal cumpriu outros nove mandados de prisão domiciliar, todos determinados por Moraes, com o objetivo declarado de impedir novas fugas de réus já condenados em ações penais relacionadas à tentativa de ruptura institucional.
Entre as restrições impostas aos alvos estão o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, a entrega de passaportes, a proibição de acesso às redes sociais e a vedação ao recebimento de visitas sem autorização judicial. As medidas, segundo o STF, buscam garantir a efetividade das decisões da Corte e preservar a ordem pública diante da gravidade dos crimes apurados.
Com a não localização de Carlos Rocha, a Polícia Federal deve intensificar as buscas nos próximos dias. A condição de foragido pode agravar a situação do engenheiro perante o Supremo e influenciar diretamente na análise de eventuais recursos e benefícios futuros no processo.
sábado, 27 de dezembro de 2025
DÍVIDAS BILIONÁRIAS, CRISE POLÍTICA E PRESSÃO POPULAR: O PRIMEIRO ANO DE SUFOCO DA GESTÃO MIRELLA EM OLINDA
Logo nos primeiros dias de gestão, a realidade se impôs de forma dura. Um rombo milionário deixado pela administração anterior comprometeu completamente a capacidade de investimento do município. Dívidas acumuladas com fornecedores, prestadores de serviços e contratos essenciais estrangularam o caixa da Prefeitura e forçaram Mirella a decretar, ainda no primeiro mês, um contingenciamento de 35% dos gastos públicos. A medida atingiu praticamente todas as áreas da administração e passou a definir o tom de um governo operando no limite.
Sem margem financeira, a Prefeitura passou a enfrentar dificuldades para manter serviços básicos. A coleta de lixo sofreu interrupções, a malha viária acumulou buracos e a iluminação pública apresentou falhas recorrentes. O cotidiano da população passou a refletir diretamente o aperto fiscal vivido no Palácio dos Governadores, alimentando insatisfação e cobranças cada vez mais intensas.
A crise também se manifestou no campo dos pagamentos. Ao longo dos primeiros 365 dias, a gestão acumulou atrasos no repasse de cachês de artistas do Carnaval, além de pendências com estagiários, porteiros de escolas e outros prestadores de serviços. Situações que ganharam repercussão pública e desgastaram a imagem de uma prefeita que, mesmo jovem, passou a ser associada a dificuldades administrativas.
No campo político, o ambiente não foi menos turbulento. A incapacidade de atender demandas de vereadores — muitas delas ligadas a indicações e pequenos pleitos locais — provocou um rompimento silencioso com parte da Câmara Municipal. Como reação, 15 parlamentares se organizaram em um chamado “bloco independente”, deixando claro que não haveria alinhamento automático com o Executivo. A relação com a Casa Bernardo Vieira de Melo, que já não era confortável, passou a ser marcada por desconfiança e distanciamento.
Paralelamente, Mirella viu se esgarçar sua própria base política. Aliados históricos, figuras que tiveram papel decisivo em sua eleição e militantes que “deram o sangue” na campanha acabaram se afastando, seja por falta de espaço, de reconhecimento ou de diálogo. Alguns deixaram definitivamente o projeto; outros permanecem na órbita da gestão, mas carregando insatisfação latente.
O horizonte eleitoral adiciona ainda mais pressão ao cenário. Em 2026, a prefeita terá a missão de ajudar a viabilizar a candidatura do ex-prefeito Professor Lupércio à Assembleia Legislativa de Pernambuco. Uma eventual derrota de Lupércio não seria apenas um revés pessoal para o ex-gestor, mas um golpe profundo no projeto político que sustenta Mirella e que mira sua reeleição em 2028. O risco de um efeito dominó preocupa aliados e acende alertas dentro do próprio PSD.
Apesar do quadro adverso, interlocutores próximos reconhecem que o cenário, embora duro, não é irreversível. A avaliação interna é de que a prefeita precisa, com urgência, reorganizar a equipe, corrigir escolhas e abrir espaço para quadros mais qualificados que hoje estão fora ou subutilizados. Há críticas diretas à presença de pessoas consideradas despreparadas em funções estratégicas, enquanto nomes com capacidade técnica e política seguem à margem da gestão.
Domar a montanha de problemas herdados, equilibrar as contas, reconstruir pontes políticas e reconquistar a confiança da população serão os grandes testes de Mirella Almeida em 2026. O tempo é curto, a pressão é alta e o capital político, embora ainda existente, já não é mais o mesmo do dia da posse. O próximo ano será decisivo para definir se a prefeita conseguirá transformar o sufoco inicial em virada ou se ficará refém das dívidas e dos erros acumulados no início do seu governo.